sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Caso Queiroz e a candidatura ao Mundial

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Ao mesmo tempo que vive uma das maiores polémicas dos últimos anos - os casos envolvendo o seleccionador nacional Carlos Queiroz -, a Federação Portuguesa de Futebol vive também um momento decisivo para os próximos anos: a recepção à comitiva da FIFA, que vem vistoriar as infra--estruturas da candidatura conjunta à organização do Mundial de futebol de 2018 ou 2022. Pode o caso Queiroz manchar a imagem da campanha luso- -espanhola? Nada disso, respondem António Laranjo, director-geral do Euro 2004, e Pedro Dionísio, especialista em marketing desportivo [Director do Mestrado Executivo em Marketing e Gestão do Desporto].


"Não creio que a FIFA se deixe baralhar. A candidatura diz respeito às federações e governos de Portugal e Espanha e nada tem que ver com a situação das selecções dos dois países", disse, ontem, ao DN, António Laranjo, frisando: "São questões independentes."


Sensibilidade semelhante tem Pedro Dionísio, que é professor de marketing desportivo no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), em Lisboa. "A candidatura à organização do Mundial tem outros âmbitos. É claro que esta polémica não ajuda, mas espero que não prejudique e que tenha pouco relevo, perante os muitos pontos positivos que Portugal e Espanha apresentam", apontou.


Ora, ontem, precisamente, foi o "dia 1" da visita da equipa de inspecção da FIFA a Portugal (na segunda e terça-feira já tinha passado por Espanha). A comitiva liderada por Harold Mayne-Nicolls, presidente da Federação Chilena de Futebol, esteve no Estádio do Dragão, no Europarque (Santa Maria da Feira) e numa unidade hoteleira do Porto, infra-estruturas inseridas na candidatura Ibérica à organização do Campeonato do Mundo de futebol de 2018 ou 2022. As inspecções - "à porta fechada", longe da comunicação social - continuam esta manhã, às 10.30, no Estádio da Luz, em Lisboa. E às 16.00 é promovida uma conferência de imprensa, na qual é feito o balanço da visita. António Laranjo tem fé que o balanço e o resultado final serão positivos e crê que a candidatura ibérica pode ganhar a corrida dos Mundiais (cuja decisão é revelada a 2 de Dezembro). "Tenho a convicção de que podemos chegar lá", afiança.


Se a candidatura ao Mundial não deve correr riscos, já a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pode ver a imagem beliscada em termos publicitários. Pedro Dionísio lembra que "aspectos negativos não interessam aos patrocinadores, que preferem apostar em áreas que não sejam conflituosas ou problemáticas". E diz que, mais do que o insulto dirigido por Carlos Queiroz à equipa médica da Autoridade Antidoping de Portugal [que o suspendeu por seis meses], o "principal problema para os patrocinadores é o prolongar da situação negativa". Assim, a FPF até "pode ter mais a perder, em termos publicitários, com o arrastar do caso, do que perderia ao pagar a rescisão de contrato com Carlos Queiroz", remata o docente do ISCTE.

Ora, ontem, também José Mourinho pediu a rápida resolução do caso em torno do seleccionador. "É evidente que a situação não me agrada. Gosto de frontalidade e objectividade. Se é para o seleccionador ir embora, que resolvam o caso e vá embora", disse o técnico português do Real Madrid, à RTP.


"Não é com suspensões e regressos que se resolvem as coisas", frisou o treinador, antes de garantir todo o apoio à selecção nacional. "Sou adepto da selecção seja quem for o treinador. Fui quando não era um treinador português [o brasileiro Luiz Felipe Scolari] e agora sou ainda mais", atirou Mourinho.

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